Serviço Geológico do Brasil protagoniza debates sobre produção sustentável de matérias-primas

Terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Serviço Geológico do Brasil protagoniza debates sobre produção sustentável de matérias-primas

Workshop internacional, realizado em Brasília (DF), pela Associação Ibero-Americana de Pesquisas Geológicas e Minerárias (ASGMI), com apoio do Serviço Geológico do Brasil (SGB), fortalece diálogos entre países


Diretor de Geologia e Recursos Minerais do SGB, Valdir Silveira, participou da abertura do evento (Foto: SGB)
A capital federal é palco de debates internacionais, que buscam ampliar a articulação entre países para a produção sustentável de matérias-primas, em especial o alumínio – um dos metais estratégicos para a transição energética, com aplicações nas indústrias de transporte, energia, construção civil, entre outras.

Nesta terça-feira (30), teve início o “Workshop América-Latina/Europa: Oportunidades de Cooperação Para uma Indústria de Matérias-Primas Mais Sustentável”. O evento é promovido pela Associação Ibero-Americana de Pesquisas Geológicas e Minerárias (ASGMI), com apoio do Serviço Geológico do Brasil (SGB), da PNO Chemistry e do Instituto de Tecnologia de Energia (IFE, na sigla em inglês), da Noruega.

“Acreditamos que a cooperação internacional seja essencial para alcançarmos esse propósito de uma mineração mais sustentável econômica e socialmente, assim como para as comunidades. A cooperação permite estabelecer esse diálogo, exportar tecnologias, cooperar e fazer um intercâmbio de experiências e tecnologias essenciais”, afirmou a geóloga e gestora de projetos da ASGMI, Gracia Olivenza.

Durante a abertura do evento, o diretor de Geologia e Recursos Minerais (DGM) do SGB, Valdir Silveira, destacou o potencial mineral brasileiro, ressaltando a importância das pesquisas do SGB para impulsionar o desenvolvimento sustentável de toda a cadeia produtiva do alumínio: “Esse evento é muito importante porque reúne instituições nacionais e internacionais que atuam da extração à oferta de produtos finais. Para nós, é fundamental estreitar laços e buscar soluções inovadoras para os desafios”.

Assessor da DGM, Anderson Dourado; assessor de Assuntos Internacionais, Rafael Duarte; pesquisadora em geociências da Assessoria de Assuntos Internacionais Deborah Mendes; diretor de Geologia e Recursos Minerais, Valdir Silveira; chefe da Divisão de Geologia Econômica da DGM, Guilherme Ferreira; coordenadores-executivos da DGM Maurício Pavan e Felipe Tavares
AlSiCal: tecnologia inovadora para reduzir impactos

Um dos desafios apresentados nas discussões é a redução da emissão de CO² e de outros impactos provenientes da atividade mineral. Nesse sentido, foi apresentado, como case, o projeto de pesquisa e inovação “AlSiCal”, desenvolvido por instituições de nove países, com financiamento da União Europeia.

A tecnologia possibilita a produção sustentável de três matérias-primas de alta demanda: alumina (que pode ser usada na produção do alumínio), sílica e carbonato de cálcio precipitado, a partir de anortositos (um tipo de rocha) e de outras fontes alternativas, como caulim. Atualmente, a alumina é extraída principalmente da bauxita.

“Nossos objetivos com a tecnologia são: emissões negativas de CO² e emissão zero de resíduos sólidos. Processamos o mineral e, para não gerar resíduos, todos os componentes de anortositos nós transformamos em um produto: alumina, sílica ou carbonato de cálcio precipitado”, explicou a coordenadora do projeto, Suni Aranda, desenvolvedora de negócios e pesquisadora do Instituto de Tecnologia de Energia (IFE).

A pesquisadora acrescentou que, com o projeto, é possível “eliminar o problema do resíduo de bauxita e, em nível geopolítico, ampliar a possibilidade de produção de alumínio a partir de outros recursos minerais, reduzindo a dependência de bauxita com tecnologias alternativas de menor impacto ambiental”. O projeto prevê o mapeamento, avaliação e qualificação de anortositos e outras fontes alternativas, considerando opções mundiais.


O assessor de Assuntos Internacionais do SGB, Rafael Duarte, destacou a importância de que o SGB participe de debates e acompanhe o desenvolvimento de novas tecnologias para contribuir ainda mais na garantia de um ambiente viável econômica, social e ambientalmente, para investimentos no setor mineral no Brasil.

“Sediar esse tipo de evento permite ao SGB fazer parte dessa discussão internacional, apresentando nossas ideias, soluções e, principalmente, trazendo para o Brasil importantes reflexões sobre tecnologias que podem ajudar a resolver passivos ambientais ou evitar possíveis danos ambientais”, salientou Duarte.

 Assessor Rafael Duarte falou sobre as oportunidades para o país (Foto: SGB)
As atividades do workshop se encerram na quinta-feira (1), com uma visita à mina Terra Goyana, de bauxita e anorsitos, no município de Barro Alto, em Goiás.

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