O ano de 2024 pode ser um dos anos mais secos da história do Pantanal

Quarta-feira, 03 de abril de 2024

O ano de 2024 pode ser um dos anos mais secos da história do Pantanal

Dados divulgados na terça-feira (2), pelo Serviço Geológico do Brasil, mostram que rios seguem com níveis baixos para o período chuvoso e sem tendência de recuperação

Pantanal, a maior planície alagável do mundo, pode enfrentar seca severa neste ano (Foto: Gustavo Figueroa/SOS Pantanal)
O ano de 2024 pode ser um dos mais secos da história do Pantanal. Com acumulado de chuvas abaixo do esperado para o período chuvoso, a Bacia do Rio Paraguai, nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, segue registrando níveis baixos em diversos municípios. Os dados constam em boletim de monitoramento hidrológico extraordinário divulgado na terça-feira (2) pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). As informações também foram apresentadas em reunião promovida pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).

“Entre outubro, quando se inicia o período chuvoso na região, e o mês de março, observamos um déficit de 290 mm de chuva, que dificilmente será compensado nos próximos meses, conforme mostram os modelos de previsão”, explica o pesquisador em geociências Marcus Suassuna. Segundo ele, ainda que o volume de chuvas fique dentro da média entre março e setembro, o cenário seria mais severo que o observado em 2020, quando houve uma seca extrema no Pantanal. “Se as chuvas permanecerem abaixo da média, poderemos ter uma situação ainda mais grave, semelhante aos anos de 2021, 1971 e 1964 – os mais secos da história”.

Nesta época do ano, o Pantanal – a maior planície alagável do mundo – deveria estar cheio. No entanto, o que se observa são níveis muito baixos, que comprometem todo o ecossistema do bioma e aumentam riscos de incêndio, além de gerarem prejuízos à população. A bacia é também importante para a navegação, sendo um dos principais eixos de integração entre os países da América do Sul.

Para se ter uma ideia, o nível em Ladário (MS), observado nesta terça-feira (2), foi de 99 cm, enquanto a média é de 2,87 m. Em Porto Murtinho (MS), a cota é de 1,85 m – menos da metade do que era esperado: 4,28 m. No município de Miranda (MS), a diferença passa de 2 m: foi observado 1,24 m, quando a média histórica é de 3,8 m. Em Aquidauana (MS), a marca atual é de 2,48 m, sendo a média de 3,37 m.

No estado de Mato Grosso, os níveis também são menores do que era esperado para esse período. Na capital, Cuiabá, o rio está em 1,94 m, e a média é de 3,12 m. Em Barra do Bugres (MT), a marca é de 1,08 m, sendo o esperado de 3,36 m.


Atuação do Serviço Geológico do Brasil

Desde fevereiro, o SGB vem comunicando e emitindo alertas sobre a situação no Pantanal, a fim de subsidiar ações que possam reduzir os impactos provocados pela seca. Suassuna destacou que o monitoramento do cenário é fundamental. “É muito importante fazer o acompanhamento para acompanhar a evolução desse quadro e verificar como os cenários vão se concretizar”, disse.

Clique aqui para conferir os boletins de monitoramento hidrológico do SGB emitidos por meio do Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Paraguai.

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