Projeto Quixadá

Projeto Quixadá

Início: 10/2003; Término: 05/2006; Duração: 31 meses



Objetivo e Justificativas

Mapeamento geológico-metalogenético e prospecção geoquímica regional, ao nível de detalhe da escala 1:250.000, sob a ótica de uma cartografia geológica moderna, utilizando, sempre que possível, os recursos de informática e a experiência adquirida durante a execução do Projeto GIS do Brasil.

Mapeamento geológico da área, ao nível da escala 1:250.000, sob a ótica de uma cartografia geológica moderna, utilizando, sempre que possível, os recursos de informática e a experiência adquirida durante a execução do Projeto GIS do Brasil.

Caracterização petrográfica, litogeoquímica e geocronológica dos componentes litológicos, principalmente das rochas de origem magmática.

Recadastramento dos recursos minerais disponíveis na região, visando à melhoria na consistência locacional e atualização das informações previamente disponíveis.

Elaboração do Mapa de Potencialidade de Recursos Minerais da folha, na escala 1:250.000.

Prospecção geoquímica regional, com nível de amostragem compatível com a escala 1:250.000.

Geração de um banco de dados atualizado, capaz de armazenar dados gráficos e alfanuméricos, encerrando todas as informações coletadas durante a execução do projeto relacionadas aos aspectos geográficos, geológicos e de recursos minerais.

Criação de um SIG unificado, capaz de constituir um sistema dinâmico, de fácil manuseio e que possa aglutinar, em um só local, os diferentes documentos cartográficos e a variada gama de informações técnico-científicas que venham a ser geradas no transcorrer do projeto.

A seleção dessa folha para iniciar as atividades propostas no presente anteprojeto foi feita com base nos resultados da análise dos produtos de trabalhos de síntese geológico-metalogenética recentemente efetuados pela CPRM. Eles revelaram um acentuado desnível no conhecimento geológico da área em relação a outros tratos da Província Borborema, a despeito da sua complexidade e importância no contexto da definição da evolução tectono-geológica da província como um todo.

O mapeamento geológico dessa folha, na escala 1:250.000, proporcionará uma melhor definição e caracterização dessas sequências, de fundamental importância para melhor compreensão da evolução tectônica dessa porção da Província Borborema, ainda tão carente de cartografia geológica multitemática, bem como possibilitará uma melhor avaliação do seu real potencial metalogenético.


Localização e Acesso

A Folha Quixadá (SB.24-V-B) compreende uma superfície de aproximadamente 18.000 km², localizada na porção central do estado do Ceará, limitada pelas coordenadas 39000`- 40030` de longitude WG e 4000`- 5000` de latitude S (figura 1).

O acesso à área, partindo de Fortaleza, pode ser feito tanto pela CE 040 - percorrendo cerca de 150 km até a cidade de Quixadá, situada no seu extremo sudeste - quanto pela BR 020, que permite acessá-la por seu quadrante nordeste e corta, diagonalmente, quase toda a extensão da folha. Além dessas estradas, a região possui, ainda, diversas rodovias estaduais pavimentadas ou com revestimento primário, que interligam suas inúmeras sedes municipais, bem como uma densa rede de estradas secundárias, transitáveis na maior parte do ano.

A folha apresenta como principais centros urbanos as cidades de Quixadá, Canindé e Madalena, que dispõem de boas condições de infraestrutura e aspectos socioeconômicos, contando com redes hospitalares e bancárias, energia elétrica, telefonia e ensino do primeiro e segundo graus.

Localização do Projeto Quixadá


Geologia Regional

Do ponto de vista geológico, a folha compreende uma aglutinação de segmentos crustais com idades arqueano-paleoproterozoicas (sequências vulcanossedimentares, com rochas máficas e ultramáficas associadas, e suítes TTGs do terreno granito-greenstone Troia-Pedra Branca) e proterozoicas (complexos Ceará/Independência e Tamboril/Santa Quitéria) ainda muito mal definida, tanto do ponto de vista cartográfico quanto pela caracterização litoquímica, geocronológica e de ambiência tectônica.

Aspectos de uma frente de lavra do Garnito Branco Ceará clássico, produzido pela empresa Granistone S/A, no município de Santa Quitéria (CE)
Do ponto de vista metalogenético, além da nacionalmente conhecida jazida de urânio e fosfato de Itataia, a área exibe também um forte potencial para carbonatos e minerais industriais. Em seus domínios acham-se cadastradas pedreiras de rochas ornamentais, que possuem boa aceitação no setor da construção civil dentro e fora do estado do Ceará.

O mapeamento geológico dessa folha, na escala 1:250.000, proporcionará uma melhor definição e caracterização dessas sequências, de fundamental importância para melhor compreensão da evolução tectônica dessa porção da Província Borborema, ainda tão carente de cartografia geológica multitemática, bem como possibilitará uma melhor avaliação do seu real potencial metalogenético. Dessa forma, os produtos finais a serem gerados proporcionarão benefícios à comunidade regional como um todo, uma vez que constituirão subsídios para a melhoria do desenvolvimento do setor mineral, notadamente na área de rochas ornamentais e insumos para a agricultura, importantes geradores de empregos de mão de obra não especializada.

Identificação no campo de estrutura que indica um processo de granitização intenso sofrido por rocha da unidade estratigráfica Complexo Ceará

Metodologia

O planejamento apresentado a seguir consiste em uma reformulação e maior detalhamento da programação preliminar, constante da versão anterior do anteprojeto, e foi elaborado com base na evolução dos conhecimentos adquiridos ao longo desse período em que o projeto vem se desenvolvendo.

As diversas atividades programadas para o desenvolvimento do projeto podem ser enquadradas em quatro etapas principais:

Etapa I - compilação e análise bibliográfica;

Etapa II - interpretação geológica sobre imagens de sensoriamento remoto;

Etapa III - mapeamento geológico sistemático e prospecção geoquímica regional;

Etapa IV - elaboração de relatório final.

Etapa I - compilação e análise bibliográfica
Essa primeira etapa do projeto foi executada no período compreendido entre outubro de 2003 e abril de 2004, tendo contado com a participação dos técnicos Francisco Vladimir C. Oliveira e Antônio Maurílio Vasconcelos. Foi realizada em duas fases distintas. A primeira, desenvolvida entre os meses de outubro de 2003 e fevereiro de 2004, constou no levantamento, seleção e análise dos trabalhos técnicos de interesse do projeto.

Gerou os produtos relacionados a seguir, armazenados em meio digital:

Listagem seletiva dos trabalhos técnicos executados na área do projeto;

Acervo contendo cópia dos principais trabalhos técnico-científicos relativos à área;

Base planimétrica, escala 1:250.000, compilada da DSG, atualizada pelo PLGB – Folha Jaguaribe NW;

Base planimétrica, escala 1:250.000, compilada do Mapa Geológico do Estado do Ceará (2003);

Base planimétrica, escala 1:250.000, compilada dos mapas ao milionésimo do IBGE (2002);

Mapa Geológico, escala 1:250.000, compilado do PLGB – Folha Jaguaribe NW;

Mapa Geológico, escala 1:250.000, compilado do Projeto GIS do Brasil, escala 1:100.000 (2003);

Mapa Geológico, escala 1:250.000, compilado do Mapa Geológico do Estado do Ceará (2003);

Mapa de Pontos de Afloramentos, compilado do PLGB – Folha Jaguaribe NW;

Mapa de Pontos com Datação Geocronológica, compilado do Mapa Geológico do Estado do Ceará (2003);

Mapa de Jazimentos Minerais, compilado do Mapa Geológico do Estado do Ceará (2003);

Tabela de dados geocronológicos;

Tabela de descrição de afloramentos do PLGB – Folha Jaguaribe NW;

Tabela de características dos jazimentos minerais.

A segunda fase da Etapa 1 foi executada nos meses de março e abril de 2004 e correspondeu às tarefas relacionadas à seleção e obtenção de imagens de sensores remotos e ao estabelecimento dessa programação definitiva.

Com relação às imagens, para o caso específico da Folha Quixadá, o panorama atual é o seguinte:

Disponibilidade de fotografias aéreas, escala 1:70.000, de toda a área abrangida pela folha;

Imagem de RADAR – em meio analógico;

Imagens do satélite CBERS (anos 2003 e 2004), bandas 2, 3 e 4 – em meio digital (já adquiridas);

Imagens do satélite ASTER (anos 2000 e 2003) – em meio digital (em processo de aquisição);

Imagens TM 5 e 7 – todas as bandas – em meio digital (já adquiridas);

Imagens TM 5 – 218/063 – bandas 7, 5 e 4 - escala 1:250.000 – em meio analógico;

Imagens TM 5 – 217/063 – bandas 7 e 3 - escala 1:250.000 – em meio analógico.


Ainda nesse período, em paralelo com as atividades citadas anteriormente, foram elaborados, em meio digital, os mapas de anomalias aerogeofísicas de magnetometria e radiometria, atividade esta sob a responsabilidade do geólogo José Farias de Oliveira.

Etapa II - interpretação geológica sobre imagens de sensoriamento remoto
A etapa de interpretação fotogeológica sobre imagens aéreas (fotografias na escala 1:70.000 e imagens de satélite) deverá durar três meses, incluindo período de treinamento (dez dias, na primeira quinzena de maio de 2004) em utilização de software de tratamento digital de imagens.

As atividades relativas à etapa consistem, fundamentalmente, em interpretação fotogeológica de fotografias aéreas, escala 1:70.000, procurando individualizar feições representáveis na escala 1:250.000. Eventuais consultas às imagens em escalas menores, disponíveis, deverão ser efetuadas com vistas à integração regional.

A conclusão da etapa se dará com a elaboração do Mapa Fotogeológico Preliminar, escala 1:250.000, produto da integração dos mapas geológicos compilados com a interpretação fotogeológica. Esse produto constituirá o Mapa de Serviço, que apoiará as futuras atividades de campo da etapa de mapeamento geológico, portanto será interessante que ele contenha a indicação dos principais pontos e seções a serem executados durante os trabalhos de campo. Seu início efetivo dar-se-á no mês de maio de 2004, se prolongando até julho de 2004.

A equipe técnica envolvida no desenvolvimento dessa etapa foi formada por:

Francisco Vladimir C. Oliveira – responsável pelas folhas Taperuaba e Itatira;

Paulo Fernando Moreira Torres - responsável pelas folhas Taperuaba e Itatira;

Antônio Maurílio Vasconcelos – responsável pelas folhas Santa Quitéria e Tamboril;

José Carvalho Cavalcante – responsável pelas folhas Canindé e Quixadá;

Jaime Quintas dos S. Colares – responsável pelo tratamento digital das imagens constituintes da folha.

A sistemática adotada consistiu em atribuir a cada um dos três primeiros técnicos citados acima a responsabilidade pela fotointerpretação geológica de duas das seis folhas, escala 1:100.000, que compõem a Folha Quixadá. Ao responsável técnico do projeto, geólogo Francisco Vladimir C. Oliveira, coube, ainda, a coordenação, o acompanhamento e a integração final dessas atividades.

Concomitantemente, o geólogo Jaime Quintas dos S. Colares desenvolveu todas as tarefas relativas ao tratamento digital das imagens que abrangem a folha e forneceu informações adicionais aos outros membros da equipe, sempre que solicitado. Essas atividades envolvem melhoria do georeferenciamento e mosaicagem das cenas que compõem a folha, com vistas à atualização da base planimétrica, elaboração de MDT, identificação de feições geológicas etc.

Etapa III - mapeamento geológico sistemático

A etapa III foi subdividida em duas fases distintas, uma de cadastramento, atualização e consistência dos dados relativos aos recursos minerais existentes na folha e a outra de mapeamento geológico sistemático.

Com relação à primeira fase, no ano de 2004 só foi possível efetuar a atividade de levantamento dos dados e consultas ao DNPM e empresas privadas para coleta de informações sobre status, produção, reservas etc. Os trabalhos de campo para consistência e atualização dos dados deverão ser realizados no primeiro semestre de 2005.

Para execução desses serviços está sendo designada uma equipe formada por um geólogo e um técnico de nível médio. A fase de mapeamento geológico somente pode ser iniciada em agosto de 2004, tendo sido realizadas somente três etapas de campo, com duração média de 20 dias por etapa.

O restante dos trabalhos de campo deverá ser executado no período compreendido entre os meses de abril e julho de 2005. Também foram realizadas três etapas de campo para coleta de amostras de sedimentos de corrente e concentrado de bateia. Durante os trabalhos de campo foram realizadas seções geológicas transversais às principais estruturas regionais, visando à identificação e forma de distribuição dos diferentes tipos litológicos presentes, caracterização das estruturas e litotipos, determinação dos arranjos geológicos e coleta de amostras para análises diversas. As etapas de campo foram alternadas com períodos de escritório, quando eram feitos os ajustes e revisões da fotointerpretação, bem como a alimentação do banco de dados com base nas informações obtidas no campo, além do planejamento das próximas viagens.

Durante o desenvolvimento dos trabalhos de campo estão sendo coletadas amostras para análises diversas, procurando cumprir a seguinte previsão total para a folha:

Análises petrográficas – 150 amostras;

Identificação mineralógica em seção polida – 10 amostras;

Análise completa de rochas para identificação de elementos maiores e traços – 120 amostras;

Identificação de ETRs – 30 amostras;

Datação geocronológica U/Pb (preferencial) ou Pb/Pb – 5 a 10 amostras;

Datação geocronológica Sm/Nd – 20 amostras.

Os produtos finais resultantes dessa etapa – mapas geológico, de amostragem geoquímica e de potencialidade de recursos minerais – constituem os principais objetivos do projeto.

Etapa IV - elaboração de relatório final
O período compreendido entre os meses de agosto e dezembro de 2005 será destinado à consolidação final do acervo de dados, gerados durante o seu desenvolvimento; e à redação de nota explicativa, contendo as informações existentes e adquiridas, os dados gerados para as interpretações e as conclusões sobre o trabalho executado, acompanhado de documentação gráfica pertinente.


Resultados Esperados

Mapeamento geológico da área, ao nível da escala 1:250.000, sob a ótica de uma cartografia geológica moderna, utilizando, sempre que possível, os recursos de informática e a experiência adquirida durante a execução do Projeto GIS do Brasil.

Caracterização petrográfica, litogeoquímica e geocronológica dos componentes litológicos, principalmente das rochas de origem magmática.

Recadastramento dos recursos minerais disponíveis na região, visando à melhoria na consistência locacional e atualização das informações previamente disponíveis.

Elaboração do Mapa de Potencialidade de Recursos Minerais da folha, na escala 1:250.000.

Geração de um banco de dados atualizado, capaz de armazenar dados gráficos e alfanuméricos, encerrando todas as informações coletadas durante a execução do projeto relacionadas aos aspectos geográficos, geológicos e de recursos minerais.

Criação de um SIG unificado, capaz de constituir um sistema dinâmico, de fácil manuseio e que possa aglutinar, em um só local, os diferentes documentos cartográficos e a variada gama de informações técnico-científicas que venham a ser geradas no transcorrer do projeto.

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