Sensoriamento Remoto e Geofísica

A DISEGE – Divisão de Sensoriamento Remoto e Geofísica é a responsável no Serviço Geológico do Brasil – SGB, pela aquisição dos levantamentos geofísicos terrestres e a contratação de aerolevantamentos geofísicos. Responsável pelo processamento, a interpretação e a modelagem dos dados geofísicos adquiridos, assim como pela organização e a disponibilização das bases de dados geofísicos no GeoSGB.

Além disso, executa o tratamento de dados de sensores remotos orbitais, gerando imagens geologicamente realçadas para uso nos projetos do SGB, e também o processamento de imagens hiperespectrais em áreas selecionadas do território brasileiro.

É responsável ainda pelo gerenciamento do Laboratório de Sensoriamento Remoto Geológico e Espectroscopia Mineral, e pela organização da Biblioteca Espectral de minerais e rochas desenvolvida neste laboratório. Além da preservação, digitação e disseminação do acervo de imagens geradas pelos projetos RADAM e RADAMBRASIL.

É a divisão responsável pela atualização técnica de seus colaboradores através de treinamentos e cooperações técnicas com outras instituições, bem como a garantidora da qualidade dos produtos relacionados ao tema geofísica e sensoriamento remoto através da correção de produtos e elaboração de manuais e procedimentos técnicos.

Levantamentos Geofísicos Aéreos


Dados aerogeofísicos disponibilizados pelo SGB são obtidos através de contratação de empresas especializadas, mediante processos licitatórios, segundo a legislação brasileira.

Os primeiros levantamentos aerogeofísicos executados no Brasil, iniciados na década de 1950, foram patrocinados por instituições federais do Governo Brasileiro, tais como Conselho Nacional do Petróleo (CNP), o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e a Petróleo Brasileiro S.A. (PETROBRAS). A atuação do SGB-CPRM na aquisição de dados aerogeofísicos se iniciou em 1971, quando assumiu o papel de órgão gestor de projetos aerogeofísicos sistemáticos, em princípio por meio de convênios com o DNPM, atendendo a política do Ministério de Minas e Energia, de recobrir toda a área dos terrenos pré-cambrianos do escudo brasileiro com dados aerogeofísicos, principalmente por magnetometria e gamaespectrometria.

Entre 1971 e 2001 foram executados pelo SGB 48 projetos aerogeofísicos em diversas regiões do país. A maioria destes projetos aerogeofísicos tiveram características de levantamentos regionais, ou seja, com espaçamento das linhas de voo variando de 2.000 a 1.000 m e altura de voo de 150 m.

Figura 1: Levantamentos aerogeofísicos magnetométricos e gamaespectrométricos adquiridos entre 1971 e 2001

A partir de 2004, iniciou-se uma nova fase nos aerolevantamentos geofísicos, onde a maioria dos projetos de magnetometria e gamaespectrometria foram adquiridos com espaçamento entre as linhas de voo de 500 m, altura de voo de 100 m e direção das linhas de voo N-S.

Foram realizados também dois aerolevantamentos eletromagnéticos de detalhe na região de Nova Redenção/BA e Rio das Velhas/MG, além de um grande aerolevantamento gravimétrico regional na região de Carajás/PA.

Entre 2004 e 2014 foi recoberta uma área de cerca de 3.726.364 km², o que corresponde a 43,76% do território brasileiro e aproximadamente 92% do embasamento cristalino do Brasil, tendo sido realizado um investimento da ordem de US$ 188 Milhões para realização dos aerolevantamentos. Alguns levantamentos aerogeofísicos foram realizados através de parcerias entre o SGB e algumas empresas/governos estaduais, como a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (CODEMIG) e o Governo do Estado de Goiás.

Os dados dos levantamentos aerogeofísicos adquiridos pelo SGB, são amplamente utilizados em projetos desenvolvidos na própria instituição, assim como são disponibilizados gratuitamente no GeoSGB aos diversos segmentos externos interessados (universidades, instituições de pesquisa, empresas do setor privado, instituições governamentais diversas), ajudando sobremaneira o desenvolvimento econômico e a evolução do conhecimento geocientífico do país.

Levantamentos Geofísicos Terrestres

Levantamentos Geofísicos Terrestres são realizados no SGB para atender interesses específicos de projetos técnicos desenvolvidos na instituição, por exemplo, para subsidiar o entendimento da articulação tectônica de domínios geológicos, na modelagem de corpos mineralizados, na pesquisa de águas subterrâneas, na avaliação de áreas de risco geológico, etc.

Também são realizados levantamentos geofísicos terrestres para atender demandas externas, de instituições governamentais, além de universidades e instituições de pesquisas, estes últimos mediante parcerias técnicas.

Dispomos de uma grande diversidade de modernos equipamentos geofísicos, como gravímetros, magnetômetros, gamaespectrômetros, susceptibilímetros, eletrorresistivímetros, eletromagnetômetros, equipamentos de sísmica de refração e passiva, GPRs (Ground Penetration Radar).

Figura 3: Levantamentos geofísicos terrestres durante atividades de campo. a) Gravímetro. b) Eletromagnético (EM-34). c) Eletrorresistivímetro. d) GPR.

Rede Sismográfica Brasileira (RSBR)

Em 2016, o SGB realizou um acordo de cooperação com a Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) através de convênio com o Observatório Nacional/MCTIC para a manutenção e ampliação da RSBR. Tal acordo foi renovado em 2022 e tem a vigência até dezembro de 2027.

A RSBR é composta pelas quatro instituições nacionais de maior experiência em Sismologia no Brasil (USP, UnB, UFRN e Observatório Nacional). Desde 2008 já foram instaladas mais de 90 estações sismológicas de última geração, com o apoio inicial da PETROBRAS e ANP.

A conexão dos dados das estações com as instituições é realizada em tempo real, através de transmissões via internet e satélites. Estes são avaliados pelas instituições para o monitoramento sísmico do território brasileiro.

A RSBR vem divulgando dados sismográficos para o governo, empresas e sociedade em geral, visando à mitigação de riscos, redução de pânico e disseminação da informação sobre os eventos sísmicos ocorridos em território nacional.

Figura 4: Histórico dos eventos sísmicos catalogados pela RSBR até junho de 2023.      Os círculos coloridos representam as magnitudes dos eventos sísmicos.

Sensoriamento Remoto

Os sensores remotos, sejam eles ópticos, como os das séries LANDSAT e CEBERS, TERRA-ASTER e SENTINEL 2, ou de radar, como o SRTM, ALOS-Palsar, SAR-SIPAM e sentinela 1, funcionam como importante ferramenta para o mapeamento geológico e a prospecção mineral.

Entre 2013 e 2014, o SGB contratou a aquisição de aerolevantamentos hiperespectrais em regiões do nordeste brasileiro e Minas Gerais. A distribuição destas áreas pode ser visualizada na Figura 5. Para a realização de tais levantamentos foi utilizado o sensor aerotransportado ProSpecTIR-VS, com as seguintes características técnicas de aquisição:

  • 357 bandas espectrais, entre 350 a 2450 nm;
  • Resolução radiométrica de 12 bits;
  • Resolução espectral de 2,9 nm (VNIR) e 8,5 nm (SWIR)
  • Resolução espacial de 2,0 metros

Figura 5: Localização das áreas dos Levantamentos Hiperespectrais

Os polígonos georreferenciados destes aerolevantamentos hiperespectrais estão disponíveis no GEOSGB para visualização e as imagens das áreas (exceção das que estão atualmente em projetos do SGB) estão disponíveis gratuitamente para o público interessado, mas devido à elevada dimensão dos arquivos, os mesmos devem ser solicitados via e-mail junto ao chefe da divisão, que enviará as instruções para obtenção dos dados.

No Laboratório de Sensoriamento Remoto Geológico e Espectroscopia Mineral (LABSERGEM) são realizadas análises de espectroscopia de reflectância utilizando o equipamento ASD-FieldSpec 3 Hi-Resolution. As amostras analisadas compreendem rochas e solos de diversos projetos do SGB e os resultados são armazenados na biblioteca espectral do SGB, onde estão disponibilizadas as interpretações mineralógicas dos espectros, assim como os dados brutos das análises, fotografias e informações geológicas das amostras.

O Projeto RADAM-D, executado na SGB, consistiu da realização de um processo de preservação das informações dos negativos e diafilmes originais dos projetos RADAM e RADAMBRASIL. Desde o inventário do acervo, sua digitalização em scanner de alta resolução, o tratamento das faixas imageadas e a disponibilização das imagens geradas. Mais informações são obtidas pelo link: RADAM-D.


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Contato e Informações

Luiz Gustavo Rodrigues Pinto
Chefe da Divisão de Sensoriamento Remoto e Geofísica – DISEGE
E-mail: luiz.pinto@sgb.gov.br


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