SGB se coloca à disposição da Defesa Civil Estadual de SP para auxiliar nas ações pós-desastre

Terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

SGB se coloca à disposição da Defesa Civil Estadual de SP para auxiliar nas ações pós-desastre



O Serviço Geológico do Brasil (SGB), empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), tem como missão: gerar e disseminar conhecimento geocientífico com excelência contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e desenvolvimento sustentável do Brasil.

O SGB atua no “Programa 2040 – Gestão de Riscos e de Desastres” do Governo Federal para contribuir para prevenção e mitigação das consequências dos desastres naturais na área de Geologia de Engenharia e de Hidrologia. Em Geologia de Engenharia, na produção das cartas geotécnicas de: setorização de áreas de risco geológico; susceptibilidade a movimentos de massa e de inundação; cartas de perigo e de aptidão a urbanização. Na área de Hidrologia, na operação de sistemas de alerta de eventos críticos, em especial em cheias graduais; bem como em estudos e pesquisas envolvendo modelagem hidrológica e hidráulica.

Estes produtos são desenvolvidos no âmbito da Diretoria de Hidrologia e
Gestão Territorial (DHT). No estado de São Paulo já foram contemplados, até janeiro de 2023:

•116 municípios com setorização de riscos geológicos;

•122 municípios com cartas de susceptibilidade a movimentos de massa e inundações. Sendo que o SGB atuou em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo-IPT na elaboração deste produto nos municípios de São Sebastião, Ubatuba e Caraguatatuba;

•98 municípios com relatórios de equações de intensidade-duração-frequência de precipitação, sendo algumas destas elaboradas pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo-DAEE que acompanham as cartas de susceptibilidade.

Todos os produtos elaborados pelo SGB encontram-se disponíveis em sua página e, quando concluídos, são encaminhados para a Defesa Civil Nacional SEDEC/CENAD, Estadual, Gestores Municipais e CEMADEN.

No momento, em função das fortes chuvas registradas no litoral norte do estado de São Paulo no último fim de semana; com mais de 30 mortos, milhares de desalojados e desabrigados, serviços e acessos interrompidos; os pesquisadores do SGB estão de prontidão para auxiliar a Defesa Civil do Estado de São Paulo nas ações pós-desastre.


Conheça os produtos do Serviço Geológico na Área de Gestão de Risco e de Desastres em São Paulo.

Cartas de Suscetibilidade: são documentos cartográficos que representam a possibilidade de ocorrência de um determinado evento, que no caso deste estudo está relacionado à ocorrência de movimentos gravitacionais de massa (deslizamentos de terra, como o evento é popularmente conhecido) e inundações em áreas não urbanizadas.


Confira as regiões de SP contempladas por este estudo aqui

Setorização de Áreas de risco: é um estudo que consiste na identificação e caracterização das porções do território municipal sujeitas a sofrerem perdas ou danos causados por eventos adversos de natureza geológica, exclusivamente em regiões onde existem edificações nas quais há permanência humana.


Confira as regiões de SP contempladas por este estudo aqui

Cartas Geotécnicas de Aptidão à Urbanização: documentos cartográficos que traduzem a capacidade dos terrenos para suportar os diferentes usos e práticas da engenharia e do urbanismo, com o mínimo de impacto possível e com o maior nível de segurança para a população. São entendidos como documentos estratégicos para o crescimento planejado da ocupação adequada do meio físico.


Confira a região de SP contemplada por este estudo aqui

Demais produtos de Cartas Geotécnicas elaborados por outros parceiros da Defesa Civil Estadual são disponibilizados no site aqui


Equações Intensidade, duração e frequência-IDF: As relações IDF são importantíssimas na definição das intensidades de precipitação associadas a uma frequência de ocorrência, as quais serão utilizadas no dimensionamento de diversas estruturas de drenagem pluvial ou de aproveitamento dos recursos hídricos. Podem ser utilizadas de forma inversa, para estimar a frequência de um evento de precipitação ocorrido, definindo se o evento foi raro ou ordinário.


Confira os municípios de SP contemplados por este estudo aqui

Equações IDF definidas pelo DAEE-SP podem ser obtidas no site aqui

Considerações sobre o evento da chuva registrada pelas estações do CEMADEN

Em relação à bacia litorânea do estado de São Paulo (sub-bacia 80), o SGB opera somente uma estação pluviométrica da Rede Hidrológica Nacional-RHN, em Caraguatatuba (02345191), com série iniciada em 1999. O monitoramento hidrológico na região é realizado, predominantemente, pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo-DAEE, bem como do Centro Nacional de Desastres Naturais-CEMADEN.

No entanto, apesar do monitoramento hidrológico não ser realizado pelo SGB na sub bacia, os munícipios de Ubatuba, São Sebastião, Guarujá e Caraguatatuba apresentaram as relações de intensidade-duração-frequência (IDFs) definidas como parte dos Projetos do Atlas Pluviométrico do Brasil e das Cartas de Susceptibilidade. Tais relações foram definidas para tempo de retorno máximo de 100 anos e duração de até 24 horas.

O links para as equações IDF estabelecidas para a região do litoral norte do estado de São Paulo são os seguintes:

Bertioga – SP
Caraguatatuba – SP
São Sebastião – SP
Guarajá – SP
Foram feitas 2 análises:

•Comparação do total registrado de chuva no evento atual nas estações automáticas do CEMADEN com a máxima histórica registrada em estações do DAEE com extensas séries históricas. Tabela 1

•Comparação do total registrado de chuva no evento com as equações IDF já definidas. Tabela 2

Os dados das estações do DAEE estão disponíveis no site aqui
Tabela 1 - Comparação do acumulado de chuva em 24 horas com as máximas observadas em estações pluviométricas do DAEE.





Tabela 2 - Estimativas de tempo de retorno dos eventos de chuva com acúmulo de 24 horas na área de estudo.




Com esta avaliação expedita, a partir das equações IDF já definidas, e os dados das estações automáticas do CEMADEN já disponibilizados, é possível afirmar que este evento foi extraordinário, e em alguns locais com período de retorno maior do que 100 anos. Futuramente, quando disponíveis, serão acrescentados a avaliação os dados das estações do DAEE.

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Ministério de Minas e Energia
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