Café Geológico debate sobre Fitomineração de germânio e terras raras no Brasil

Segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Café Geológico debate sobre Fitomineração de germânio e terras raras no Brasil



‘Fitomineração de Germânio, Terras Raras e Oligoelementos de Interesse Econômico e Ambiental’ foi o tema do Café Geológico, da última sexta-feira (18). O evento trouxe como convidado o engenheiro agrônomo da Embrapa Solos, Silvio Tavares, que traçou um panorama do uso de uma tecnologia que utiliza determinados tipos de plantas para extrair metais do solo. O programa, mediado pela pesquisadora Andrea Sander, também contou com a participação dos pesquisadores em Geociências, Cássio Roberto da Silva e Eduardo Viglio, do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM).

Silvio Tavares iniciou a palestra explicando que a Embrapa utiliza fitotecnologias para recuperação de áreas degradadas. O termo se refere a um conjunto de tecnologias que utilizam plantas e microrganismos associados para remediar solos e águas contaminadas ou, ainda, extrair elementos - como o germânio e as terras raras - desses compartimentos. “O processo da fitoextração consiste na absorção de elementos pela planta. Neste processo, os elementos absorvidos se concentram na parte aérea da planta, de modo que conseguimos colher o metal de interesse”, revelou.

Ainda segundo o palestrante, estima-se que, no mundo, há um aumento de 0,1% de solos degradados. Isso corresponde a 5 milhões de hectares ao ano de terras aráveis, que perdem camadas do solo por processos erosivos, contaminação e salinização. Essa perda também está relacionada à atividade agrícola e pecuária.

Solos tropicais e intertropicais estão mais suscetíveis à degradação, principalmente por processos erosivos, como é o caso da América do Sul. “Superpastejo; atividades industriais; desmatamento da vegetação natural para fins da agricultura; construção de estradas; urbanização; e exploração intensiva da vegetação para fins domésticos, estão entre os principais fatores de degradação”, detalhou Silvio.

Diante disso, a preocupação com o manejo e conservação do solo e da água é tema recorrente entre as instituições que atuam na área - como a Embrapa e o SGB. A prática da fitoextração é um dos processos que, além de servir para absorção de contaminantes, pode ser utilizada para extração de elementos como o germânio e as terras raras, considerados de grande potencial para o setor mineral e saúde humana.

Cássio Roberto da Silva destacou os trabalhos desenvolvidos pelo SGB-CPRM na área da Geologia Médica e enfatizou a importância do germânio como micronutriente essencial, revelando que o elemento já vem sendo utilizado com sucesso pela medicina ortomolecular na prevenção, cura e mitigação das doenças degenerativas.

A seleção arbórea para a fitomineração leva em consideração o tipo de planta, que deve ser resistente a estresses do contaminante, da água e salinização. De acordo com Tavares, uma espécie muito utilizada é o Capim Vetiver, por atender a esses critérios.

Diferentemente do germânio, as terras raras precisam de uma espécie de planta diversa para aproveitar sua biodisponibilidade. Por exemplo, plantas que absorvem mais fósforo e cálcio, contém mais terras raras em sua composição.”As terras raras nas plantas variam de acordo com o solo em que elas crescem. O manejo do solo é essencial para o sucesso efetivo dos processos”, concluiu.

Assista ao episódio na íntegra.

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