Aplicações Isotópicas em Hidrologia são tema de debate em Congresso da Abas

Quinta-feira, 04 de agosto de 2022

Aplicações Isotópicas em Hidrologia são tema de debate em Congresso da Abas

Roberto Kirchheim explica a relação dos isótopos das águas de chuva com a diminuição de vazão mínima das águas subterraneas

O assessor de Assuntos Internacionais e pesquisador do Serviço Geológico do Brasil, Roberto Kirchheim, foi um dos expositores no painel Aplicações Isotópicas em Hidrologia, que aconteceu na tarde desta quarta-feira (03), no XXII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas

Atualmente, estudos têm se baseado na aplicação de isótopos estáveis para identificação da origem das águas, sua dinâmica, tempo de residência e efeitos de misturas. De acordo com Kirchheim, os isótopos estáveis possibilitam acompanhar o ciclo hidrológico inteiro, a começar pela origem da umidade que provoca as chuvas e as consequentes recargas de água subterrânea. “Por meio da análise dos isótopos de H e O - que fornecem o que chamamos de assinatura da água - é possível avaliar de forma sistêmica os caminhos que as águas percorrem, elementos fundamentais para a gestão dos recursos hídricos”, avaliou.

O pesquisador também abordou as perspectivas e contextos históricos do tema no Brasil e reforçou a certificação que o SGB-CPRM recebeu da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) - como centro de colaboração em pesquisas isotópicas aplicadas à hidrologia “Nosso objetivo é consagrar o SGB-CPRM como instituição de vanguarda em isotopia hidrológica no Brasil e iniciar difusão e trocas com parceiros continentais”, destacou Kirchheim, salientando que “há ainda muitos desafios para que as pesquisas avancem no país, principalmente desafios institucionais, além da necessidade de investimentos em capacitação - pós-graduações ou extensões. Nós, do SGB-CPRM, estamos à disposição para a elaboração de trabalhos conjuntos", concluiu.

Kirchheim também conduziu duas outras sessões orais em que destacou as aplicações isotópicas na hidrologia do Serviço Geológico do Brasil – tema relacionado à sua apresentação anterior. E, ainda, as contribuições recentes do Cronômetro 81Kr e 4He para caracterizar fluxo regional no Sistema Aquifero Guaraní.

O professor da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Didier Gastmans, moderou o debate, que contou, também, com a participação da professora doutora da Universidade de São Paulo (USP), Veridiana Martins; e do representante do Centro Científico Tecnológico (CONICET), Daniel Emilio Martínez.

David Teles Ferreira
Priscilla Klein
Assessoria de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil - CPRM
Ministério de Minas e Energia
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