Saiba Mais - Cartas de Suscetibilidade a Movimentos Gravitacionais de Massa e Inundações

Saiba Mais - Cartas de Suscetibilidade a Movimentos Gravitacionais de Massa e Inundações

A elaboração das Cartas de Suscetibilidade a Movimentos Gravitacionais de Massa e Inundações está prevista no Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais. Com início em agosto de 2012, os municípios do território brasileiro iniciaram a cartografia dos temas-fim do projeto.

O levantamento consiste numa modelagem matemática feita em escritório, a qual posteriormente é validada em trabalho de campo por uma equipe de pesquisadores que percorre toda a extensão do município. As áreas são classificadas em alta, média e baixa suscetibilidade a movimentos de massa e inundações.

O produto tem por objetivo gerar cartas de suscetibilidade a movimentos gravitacionais de massa (deslizamentos e corridas de massa) e a processos hidrológicos (inundações e enxurradas) para toda a extensão do município, ocupada ou não. As informações geradas para a elaboração da carta estão em conformidade temática com as escalas 1:50.000 (AC, AM, AP, PA, RO e RR) e 1:25.000 (demais estados), podendo a carta eventualmente ser apresentada em escalas menores.

Documento cartográfico complementar ao Objeto 0602 do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais, incluído no Plano Plurianual 2012-2015 do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Sua elaboração considera, entre outras referências, as diretrizes contidas no manual para zoneamento de suscetibilidade, perigo e risco de deslizamento.

Foi publicado em 2008 pelo Comitê Técnico de Deslizamentos e Taludes Construídos das associações técnico-científicas internacionais de geologia de engenharia e engenharia geotécnica (International Society for Soil Mechanics and Geotechnical Engineering - ISSMGE, Associação Internacional de Geologia de Engenharia e Meio Ambiente - IAEG e International Society for Rock Mechanics - ISRM-JTC-1) e traduzido em 2013 pela Associação Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental - ABGE e pela Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica - ABMS.

A utilização da carta pressupõe consulta prévia ao documento técnico que a acompanha, denominado Carta de Suscetibilidade a Movimentos Gravitacionais de Massa e Inundações, 1:25.000 - Nota Técnica Explicativa (atualizado em 22/04/2015). Os dados disponibilizados podem sofrer alterações em suas versões de publicação sem prévia comunicação, devido a correções e atualizações das informações contidas nas cartas.

Os levantamentos abrangeram 300 municípios brasileiros até janeiro de 2016 e foram realizados em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas - IPT, o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia - Censipam, a Universidade Federal do Paraná - UFPR e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

Abrangência

Território nacional.

Conjunto de Dados Geográficos

O zoneamento apresentado é de nível básico e está fundamentado em fatores naturais predisponentes espacializáveis, obtidos por meio de compilação e tratamento de dados secundários disponíveis, modelagem matemática e validação em campo.

As zonas apontadas na carta indicam áreas de predominância quanto ao processo analisado. Não indicam a trajetória e o raio de alcance dos materiais mobilizáveis e, tampouco, a interação entre os processos. A classificação relativa (alta, média, baixa) aponta áreas onde a propensão ao processo é maior ou menor em comparação a outras. Dentro das zonas pode haver áreas com classes distintas, mas sua identificação não é possível, devido à escala da carta. Nos terrenos, a transição entre as classes tende a se apresentar de modo mais gradual. Suscetibilidade baixa não significa que os processos não poderão ser gerados em seu domínio, pois atividades humanas podem modificar sua dinâmica. A presença de feições associadas a processos pode alterar localmente a classe indicada.

O zoneamento não pode ser utilizado para avaliar a estabilidade dos terrenos, bem como não se destina a emprego em escala que não seja a de origem, sendo que tais usos inapropriados podem resultar em conclusões incorretas. Estudos mais detalhados em nível local são necessários, particularmente em áreas de suscetibilidade alta e média, podendo produzir limites distintos ante os apontados na carta.

Nas áreas urbanizadas/edificadas, ressalva-se o fato de que as classes indicadas podem estar alteradas, para mais ou para menos, a depender do grau de influência da ocupação existente. A incidência de suscetibilidade alta em áreas urbanizadas pressupõe condições com potencial de risco maior e requer estudos específicos.

No intuito de contribuir para a interpretação das classes de suscetibilidade a movimentos de massa e inundação, são elaborados mapas de padrões de relevo para cada município em análise. Este produto é elaborado de forma padronizada a partir da aplicação da Biblioteca de Padrões de Relevo, que visa disponibilizar uma compartimentação geomorfológica proposta pela metodologia de mapeamento da suscetibilidade de municípios em escala de semidetalhe (1:25.000).

O mapeamento de padrões de relevo representa, em linhas gerais, o 3º táxon hierárquico da metodologia de mapeamento geomorfológico proposta por Ross (1992). Em alguns casos, foram mapeadas relevantes feições de relevo para o mapeamento em escala de maior detalhe, alcançando o 4º táxon. As imagens, os modelos digitais do terreno/superfície e as bases cartográficas utilizados na elaboração das cartas de suscetibilidade foram cedidos pelos seguintes órgãos: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Exército BDGEX-DSG, Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia - CENSIPAM, Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano S/A - Emplasa, Secretaria de Estado do Ambiente - SEA/RJ, Instituto de Geoinformação e Tecnologia - IGTEC/MG, Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia - SEI/BA, Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará - IPECE/CE, Instituto Estadual de Meio Ambiente - IEMA/ES, Secretaria de Desenvolvimento Sustentável - SDS/SC, Prefeitura Municipal de Porto Alegre/RS e Prefeitura Municipal de Ribeirão das Neves/MG.

As bases cartográficas apresentam escalas variando de 1:250.000 a 1:25.000, ocasionalmente ajustadas à escala 1:25.000 (rede de drenagem, rodovias e mancha urbana) e/ou modificadas pelo SGB para atender aos interesses do projeto. O IBGE, através de sua Diretoria de Geociências, está executando a validação da qualidade geométrica dos mapeamentos cartográficos das bases oriundas dos levantamentos por RADAR, aerotransportado e aerofotogrametria digital, a fim de garantir a precisão necessária para a elaboração das cartas de suscetibilidade. Esse trabalho de validação é composto por levantamentos de malhas de pontos de controle em campo e posterior elaboração de relatórios de análise geoestatística.

As imagens utilizadas nas interpretações são oriundas do RapidEye (resolução 5,0 m), ortoimagens de RADAR (resolução 2,5 m) e ortofotos (resolução de 0,39 a 10 m). Foram utilizados modelos digitais de elevação e terreno oriundos de levantamentos por RADAR (resolução de 1,0 a 10 m), aerofotogramétricos (resolução de 1,0 a 20 m) e do TOPODADA-INPE (resolução 30x30 m).

Produtos Gerados e Disponibilização dos Dados

Os produtos gerados pelo projeto compreendem:

  • Cartas de Suscetibilidade contendo as áreas suscetíveis e encartes dos temas, tais como hipsometria, declividade, padrões de relevo, dados hidrológicos e, ocasionalmente, litologias (formato PDF).
  • Banco de dados em SIG (formatos shapefile e raster). As informações sobre o conteúdo e as especificações do SIG podem ser consultadas através do Glossário de Abreviações dos Dados Vetoriais e Matriciais.
  • Visualizador do banco de dados geográfico do projeto: Mapa On-Line - Prevenção de Desastres

A disponibilização dos dados é realizada através deste site e também por meio de DVD contendo mapa e SIG. Confira a relação dos municípios cujos produtos em DVD já foram entregues às prefeituras.

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